segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Quando o menino nasceu.

Estudos recentes e aprofundados revelam novos dados impressionantes acerca do nascimento de Jesus, o Cristo.
Segundo consta, enquanto se dirigiam para visitar o menino, os pastores entoavam vários cânticos para assim anunciarem e atraírem mais pessoas para o que estava a acontecer. Um desses cânticos ficou registado e foi recuperado quase intacto, escrito com uma caneta Bic numa folha de papel vegetal e dizia o seguinte:
" Mas quem será... (3X)
... o pai da criança?
Eu sei lá, sei lá. (2X) "
A Igreja Ateísta está a pensar implementar este como um dos cânticos principais a ser entoado no próximo Natal consumista.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Strangers [1ª Arte]

Hills Have Eyes
2012
Rock / Metalcore
Portugal

Um álbum irrepreensível a nível instrumental: boas melodias, peso e um nível de energia constante e sem quebras do inicio ao fim do disco. O único senão: a típica vozinha, rasgada e -pior ainda- a limpa, que não consigo digerir sem a ajuda de um Rennie. No entanto, e já que não há volta a dar, as duas participações vocais acabam por dar mais dinâmica a este Strangers, cheio de ganchos e ritmos contagiantes. - 8/10

(Destaque subjectivo: «Hold Your Breath», «Thank You For The Inspiration (Feat. Scott Kennedy)», «Strangers», «Anyway, It's Gone (Feat. Vasco Ramos)»)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Koloss [1ª Arte]

Meshuggah
2012
Technical Post-Thrash Metal
Suécia

É sem sombra de duvidas o álbum de Meshuggah que mais me agrada e provavelmente um dos melhores do grupo até agora. Com um ambiente muito mais negro que o habitual, mas com um groove e (muita) dinâmica assombrosos, aquilo que é apresentado continua a ser Meshuggah. - 8,9/10

(Destaque subjectivo: «The Demon's Name Is Surveillance», «Do Not Look Down», «The Hurt That Finds You First» e «Swarm»)

domingo, 8 de abril de 2012

Uma Justificação

Por motivos variados, é notória a minha ausência e falta de actualizações e novidades no blog. A verdade é que não encontro tempo e até disposição para dar a atenção devidos aquilo que ouço, vejo e leio, para depois poder formar uma opinião bem formada. No entanto, vou tentar ter, a partir dos próximos dias, uma abordagem diferente e mais assídua. Aos que visitam por alguma razão este espaço em que os corvos me falam, obrigado pela compreensão.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Road Salt Two [1ª Arte]

Pain Of Salvation
2011 

Já muito tinha ouvido falar no nome destes senhores e muito me questiono acerca do porquê de só agora lhes ter dado atenção. Para começar quero arrumar já com um assunto: este está a ser sem duvida o álbum a que mais me colei este ano e é no álbum em si que vou focar as atenções desta análise, pondo de parte o que os Pain of Salvation tenham feito para trás na sua carreira.

Road Salt Two não tem nada de metal nele, ou se tem é muito pouco, e eu estou-me completa e absolutamente a borrifar para isso porque álbum é de génio, tocado com mestria, de um complexo simplismo inquietante e tão cuidado que o faz parecer intemporal e quase de culto. É certo que no momento em que escrevo esta crítica nada mais conheço destes senhores e muito pouco conheço do género mas penso que cada coisa a seu tempo e provavelmente até então não tinha a maturidade necessária para saborear este tipo de sonoridade. É Surpreendente como um álbum feito em 2011 possa soar tanto a rock progressivo dos anos 70. A voz do vocalista Daniel Gildenlöw tem uma alma assombrosa, e logo na «Softly She Cries» isso é notório, carregada de um rock sujo e agradavelmente peganhento, mas é nas «Healing Now» e «To The Shoreline» que a versatilidade e sensibilidade vocal de Daniel são mais notórias.

O misto de sonoridades praticado pelos Pain of Salvation é tal, entre rock clássico e pesado, blues e psicadelismo, que não consigo escolher apenas uma música que se destaque nesta obra-prima em forma de tributo aos primórdios que anteciparam a música pesada. Desde a festivaleira «Conditioned» às mais obscuras «The Deeper Cut» e «Mortar Grind», ambas carregam um ambiente arrepiante, todas as músicas são um copo de vinho antigo e espesso que deixa um de agradável trago na garganta e é impossível escolher umas em detrimento de outras. «End Credits» faz a revisão instrumental a este Road Salt Two e fica a vontade de o ouvir novamente. Avaliação? Simples! Não menos que... - 9,2/10

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Actividade Paranormal 3 [7ª Arte]

Paranormal Activity 3 (imdb)
Terror / Suspense - 83 min.
2011

Nem sei por onde começar esta crítica por causa da confusão que este filme tem causado. O primeiro trailer oficial que vi antes de ir ao cinema pouco ou nada revela sobre o novo filme desta saga a não ser uma parte em que as irmãs Katie e Kristi fazem o ritual para chamar a “Bloody Mary”. [link do trailer]. Quer eu tivesse visto este trailer ou não a minha vontade de ver o filme não se demoveria.

Actividade Paranormal 3 vem na mesma base dos dois antecessores. O factor “medo do desconhecido” continua lá, tendo a ausência total de banda sonora como aliada, o que ajuda à imprevisibilidade no momento do susto. Dou o exemplo daquela câmara estrategicamente colocada entre a sala e a cozinha que de cada vez que se move faz com que preparemos o corpo para um embate sem sabermos de onde poderá vir ou mesmo se chegará a acontecer.
Jessica Tyler Brown, a miúda que faz o papel da irmã mais nova, Kristi, tem um desempenho bastante convincente e realista, fazendo crer que aquilo está mesmo a acontecer-lhe, sendo para mim mais um dos factores que fazem valer a pena ver este filme.

No entanto, a história em si e a razão explicativa pela qual esta sequela existe acabam por pouco ou nada esclarecer e confundem ainda mais a assistência.
Já andei a investigar e li comentários de muitas pessoas que se queixam do mesmo e dizem que é muito provável que haja uma outra versão do filme, a original e mais completa. É verdade que se notam vários cortes no filme, mas tinha presente que os trailers disponíveis podiam ser um aproveitamento de uma ou outra cena irrelevante que não tinha sido incluída durante a montagem para não revelar ao espectador aquilo que pode ver no filme… até que a apresentação que se segue tirou solidez a esta minha teoria.
Conclusão: vi o Actividade Paranormal 3 e gostei muito. O filme prende e é bem sucedido na ansiedade que provoca. Avalio-o em 8/10 mas… se tivesse visto as próximas cenas no mesmo filme talvez lhe desse melhor nota. É que metade disto não acontece. Resta-me esperar por novidades.



P.S. - Quem vai ao cinema ver um filme deste género tendo a mesma atitude com que provavelmente vê os Morangos com Açucar mais valia era ter ficado em casa, o que acabou por não ter acontecido com o grupinho de pitas histéricas que, mesmo depois de chamadas à atenção, desrespeitaram as restantes 30/40 pessoas que estavam na sala.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

The Hunter [1ª Arte]

Mastodon
2011

Ora aqui está um álbum nada fácil de avaliar tendo em conta a diversidade de atmosferas que carrega… mas comecemos pelo “meu” inicio.

Corria o ano de 2006 quando tomei contacto com um dos álbuns da minha vida. Não conhecia muito bem a banda, apenas de um ou outro videoclip que passavam no headbangers ball da Mtv. Temas como «Seabeast», «Iron Tusk» ou «Blood And Thunder» eram até a altura temas que me despertavam curiosidade, mas que os meus tenros ouvidos não conseguiam descortinar. Até que li algo que recordo até hoje como um ponto de viragem na minha maneira de encarar a música:

“Meus senhores, «Blood Mountain» é um daqueles álbuns raros que têm de estar forçosamente na vossa colecção… Alias, qualquer pessoa que aprecie boa musica precisa urgentemente deste disco. Façam o que quiserem – comprem-no, peçam-no emprestado ou “roubem-no” -  o que interessa é que o tenham no vosso leitor o mais depressa possível.” 
in Loud!#69, Outubro 2006 


As palavras não podiam retratar melhor o que «Blood Mountain» foi e continua a ser para mim. Não falhava em nada e viciava bastante. Na altura ter-lhe-ia dado um “modesto” 9,4/10. Assombroso.

Actualidade, ano 2011. Depois de «Crack The Skye» me ter passado um pouco ao lado, pela mudança drástica de sonoridade tendo em conta a discografia do grupo e talvez por isso nunca lhe dei a devida atenção, eis que chega a hora da caçada. 

«The Hunter» começa com dois dos temas mais “normais” do álbum: «Black Tongue» e «Curl Of The Burl» foram as primeiras musicas a ser apresentadas e não há duvida que soam a Mastodon: excelente técnica, vozes melhoradas, velocidade, melodia e peso. Tudo isto resulta num rol de músicas com um groove muito catchy onde «All The Heavy Lifting» é um bom exemplo (arrepiante refrão). É a partir do inicio da musica que dá nome ao álbum que ocorre a transformação que pode dividir as opiniões em relação a «The Hunter». A faceta mais psicadélica/progressiva de Mastodon vem ao de cima e surgem canções como «Creature Lives» ou «The Sparrow» intercaladas com grandes malhas («Spectrelight» parte tudo). A mim pessoalmente soa-me tudo muito bem, tirando uma ou outra quebra que possa distrair o ouvinte depois de metade do álbum, mas a tendência é para melhorar gradualmente a cada audição. 8,6/10