quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Road Salt Two [1ª Arte]

Pain Of Salvation
2011 

Já muito tinha ouvido falar no nome destes senhores e muito me questiono acerca do porquê de só agora lhes ter dado atenção. Para começar quero arrumar já com um assunto: este está a ser sem duvida o álbum a que mais me colei este ano e é no álbum em si que vou focar as atenções desta análise, pondo de parte o que os Pain of Salvation tenham feito para trás na sua carreira.

Road Salt Two não tem nada de metal nele, ou se tem é muito pouco, e eu estou-me completa e absolutamente a borrifar para isso porque álbum é de génio, tocado com mestria, de um complexo simplismo inquietante e tão cuidado que o faz parecer intemporal e quase de culto. É certo que no momento em que escrevo esta crítica nada mais conheço destes senhores e muito pouco conheço do género mas penso que cada coisa a seu tempo e provavelmente até então não tinha a maturidade necessária para saborear este tipo de sonoridade. É Surpreendente como um álbum feito em 2011 possa soar tanto a rock progressivo dos anos 70. A voz do vocalista Daniel Gildenlöw tem uma alma assombrosa, e logo na «Softly She Cries» isso é notório, carregada de um rock sujo e agradavelmente peganhento, mas é nas «Healing Now» e «To The Shoreline» que a versatilidade e sensibilidade vocal de Daniel são mais notórias.

O misto de sonoridades praticado pelos Pain of Salvation é tal, entre rock clássico e pesado, blues e psicadelismo, que não consigo escolher apenas uma música que se destaque nesta obra-prima em forma de tributo aos primórdios que anteciparam a música pesada. Desde a festivaleira «Conditioned» às mais obscuras «The Deeper Cut» e «Mortar Grind», ambas carregam um ambiente arrepiante, todas as músicas são um copo de vinho antigo e espesso que deixa um de agradável trago na garganta e é impossível escolher umas em detrimento de outras. «End Credits» faz a revisão instrumental a este Road Salt Two e fica a vontade de o ouvir novamente. Avaliação? Simples! Não menos que... - 9,2/10