segunda-feira, 17 de outubro de 2011

The Hunter [1ª Arte]

Mastodon
2011

Ora aqui está um álbum nada fácil de avaliar tendo em conta a diversidade de atmosferas que carrega… mas comecemos pelo “meu” inicio.

Corria o ano de 2006 quando tomei contacto com um dos álbuns da minha vida. Não conhecia muito bem a banda, apenas de um ou outro videoclip que passavam no headbangers ball da Mtv. Temas como «Seabeast», «Iron Tusk» ou «Blood And Thunder» eram até a altura temas que me despertavam curiosidade, mas que os meus tenros ouvidos não conseguiam descortinar. Até que li algo que recordo até hoje como um ponto de viragem na minha maneira de encarar a música:

“Meus senhores, «Blood Mountain» é um daqueles álbuns raros que têm de estar forçosamente na vossa colecção… Alias, qualquer pessoa que aprecie boa musica precisa urgentemente deste disco. Façam o que quiserem – comprem-no, peçam-no emprestado ou “roubem-no” -  o que interessa é que o tenham no vosso leitor o mais depressa possível.” 
in Loud!#69, Outubro 2006 


As palavras não podiam retratar melhor o que «Blood Mountain» foi e continua a ser para mim. Não falhava em nada e viciava bastante. Na altura ter-lhe-ia dado um “modesto” 9,4/10. Assombroso.

Actualidade, ano 2011. Depois de «Crack The Skye» me ter passado um pouco ao lado, pela mudança drástica de sonoridade tendo em conta a discografia do grupo e talvez por isso nunca lhe dei a devida atenção, eis que chega a hora da caçada. 

«The Hunter» começa com dois dos temas mais “normais” do álbum: «Black Tongue» e «Curl Of The Burl» foram as primeiras musicas a ser apresentadas e não há duvida que soam a Mastodon: excelente técnica, vozes melhoradas, velocidade, melodia e peso. Tudo isto resulta num rol de músicas com um groove muito catchy onde «All The Heavy Lifting» é um bom exemplo (arrepiante refrão). É a partir do inicio da musica que dá nome ao álbum que ocorre a transformação que pode dividir as opiniões em relação a «The Hunter». A faceta mais psicadélica/progressiva de Mastodon vem ao de cima e surgem canções como «Creature Lives» ou «The Sparrow» intercaladas com grandes malhas («Spectrelight» parte tudo). A mim pessoalmente soa-me tudo muito bem, tirando uma ou outra quebra que possa distrair o ouvinte depois de metade do álbum, mas a tendência é para melhorar gradualmente a cada audição. 8,6/10